Quem acha que invasão, expulsão,
perseguição, caravelas e Cabrais são coisas do passado, se engana redondamente!
Em Fortim, município localizado no litoral leste do Ceará, a crueldade dos
ricos colonizadores contra o povo se renova à cada festa de “Feliz ano novo!”.
O nome muda, mas a sina é a mesma. Agora
é a especulação imobiliária, são os grandes hotéis, construtoras, o poder
econômico capitalista bancando pistolagem para amedrontar o povo nativo. A
Polícia Militar tem sido instrumentalizada para estes propósitos também. Ao
invés de assegurar os direitos da população, vira capanga de empresário e se
vale do salário e equipamentos pagos pelo povo para reprimir a gente
trabalhadora que resiste à expulsão ou luta para reaver suas terras e dignidade
roubadas.
O conflito tem sido permanente. Ameaças,
invasão e destruição de casas de famílias, derrubada de barracas de pescadores...
enfim, tal e qual 1500. As instâncias do poder público municipal e estadual
estão a par da situação, e não é de agora. Sabem da grilagem e de tudo que vem
acontecendo – várias foram as denúncias e audiências –, mas não tomam nenhuma
medida enérgica para conter a sanha empresarial. O que estão esperando? Que
alguém seja assassinado?
Se querem saber: NÃO NOS DOBRAREMOS!
Como grita o povo nativo de Fortim: ESTA TERRA É NOSSA! É NOSSA CASA COMUM! Queremos
sossego para criar nossas crianças e, para tal, honraremos a história de nossos
ancestrais, que lutaram até o fim, adubando com a vida esta esperança teimosa em um
mundo irmão.
OPA – Organização
Popular