Por Thales Emmanuel, militante da Organização Popular
- OPA
“Cuidado com a resposta, porque ela pode mostrar que a pergunta não fazia, absolutamente, nenhum sentido.” Se não entendeu, leia então o que nos disse o companheiro Cícero Passos, agricultor e integrante da OPA na Ocupação Gregório Bezerra, em Jaguaruana-CE.
- Cícero, você sabe como a gente faz para unir a esquerda?
- A esquerda já está unida. Está unida no
mundo todo.
- Ãh! Como assim?
- A
esquerda mundial é liberal, é capitalista. Como é que o capitalismo vai andar
junto com o comunismo? Isso não vai ajudar. O problema do comunismo é que vai
muito para o lado da esquerda mundial. O comunismo pode ser mil veze mais
forte, mas não é, porque ainda está acreditando na ideologia da esquerda
mundial. E só existe uma esquerda mundial: a capitalista. Isso acaba
beneficiando os grandes empresários e os banqueiros. Só há uma forma do comunismo
ser comunista, é servindo ao povo com intensidade, lutar pela causa do povo,
estando no meio do povo, para que o povo possa ter confiança nele. No dia em
que o povo tiver confiança no comunismo, no dia em que acreditar no comunismo,
ele vai fazer uma grande revolução no Brasil. Porque, na realidade, o povo não
sabe nem o que é comunismo. Os comunistas estão muito longe do povo. No dia em
que o povo acreditar, confiar no comunismo, no dia em que o povo acreditar que
os comunistas estão junto com o povo, o povo estará junto com os comunistas.
Aí, sim, nós vamos fazer uma revolução; mas antes, não.
Cícero não nega, em absoluto, a
importância de lutas comuns com a esquerda liberal, como as contra o fascismo,
por exemplo. O que ele tenta nos explicar é que a unidade para a revolução não
vem do consenso com “a esquerda”, mas da força gravitacional gerada a partir da
inserção ativa e cotidiana da militância revolucionária no ceio da classe.
Enfim, o desafio está dado!
Reformulemos as perguntas.
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