quinta-feira, 19 de junho de 2025

OCUPAÇÃO POETA COLIBRI: QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA

 


 

Nenhum camponês sem terra

Nenhuma família sem casa

Nenhum trabalhador sem direitos

Papa Francisco

 

 

      Ontem, 18/06, houve uma audiência virtual na busca por uma solução mediada para o conflito entre o latifundiário secretário de governo e deputado estadual, Zezinho Albuquerque, e as famílias da Ocupação Poeta Colibri, localizada nas imediações do distrito de Sítio Alegre, município de Morrinhos-CE.

      Tanto o IDACE quanto a Defensoria Pública, depois de visitarem a área, apresentaram laudos técnicos divergentes daquele elaborado pelo oficial de justiça, mas é este último o que vem sendo utilizado pelo juiz Gustavo Ferreira Mainardes para justificar a ordem de despejo dada por ele contra a comunidade.

      Segundo relatos de moradores da Poeta Colibri, o oficial de justiça, nas duas vezes em que foi ao local, mostrou-se visivelmente tendencioso, ao questionar repetidamente os agricultores “por que justamente a fazenda do deputado Zezinho Albuquerque, e não outra?”

      Como se a Constituição Federal, que determina a desapropriação para fins de Reforma Agrária de latifúndios improdutivos, não valesse para o latifúndio improdutivo do deputado!

      Sem contar que quando há discordâncias do tipo, sobretudo entre departamentos do mesmo Estado, subentende-se que o mais sensato seria proceder com uma ida ao local, conhecer a realidade de perto antes de se emitir qualquer posição. Por sinal, este é o desejo sincero da comunidade, que reitera o convite para uma visita do doutor Gustavo.

      A audiência se desenrolava para a marcação da bendita inspeção técnica, quando um representante da Comissão de Conflitos Agrários, principal instância mediadora, solicitou, com absoluta razão, um prazo adequado para a execução dos trabalhos, tendo em vista que os dez dias determinados para o cumprimento da ordem de despejo já se vencem, em tese, domingo próximo.

      Para surpresa de quase todos os presentes, o juiz do caso, doutor Gustavo, fez foi revalidar o laudo suspeito do oficial de justiça como embasamento exclusivo da verdade, deixando assim a cargo da parte autora, ou seja, do latifúndio, o poder de decidir se suspenderia ou não a ordem de despejo, para que a comissão pudesse realizar a inspeção. E o latifúndio disse “não”, não suspenderia.

      É verdade que a crença em uma Justiça justa ficou ainda mais distante das consciências das famílias trabalhadoras da comunidade Poeta Colibri. Mas é fato também que a disposição de lutar até o final para que a justiça seja feita ganhou uma carga adicional de energia depois desta audiência.



Equipe de Comunicação da OPA

 
 
 





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