Thales Emmanuel, militante da OPA.
No dia 25 de fevereiro renasceu Gregório Bezerra, camponês
nordestino, destemido comunista, histórico lutador do povo. Renasceu porque
aqueles e aquelas que entregam sua vida à causa da justiça, da libertação da
humanidade, não morrem jamais.
Era cedo da manhã quando as famílias
começaram a se concentrar na praça da matriz de Jaguaruana-CE. Logo em seguida,
várias pessoas de organizações parceiras se juntaram com animação. Lemos o
panfleto que explicava o porquê de estarmos ali. Foi no alto-falante, para todo
mundo ouvir: “Queremos
um pedaço de terra para produzir alimentos saudáveis e sustentar nossas
famílias, zelando a natureza. Lutamos em defesa da CASA COMUM”.
Depois daí, saímos em marcha pelas
ruas da cidade cantando nossas canções e conversando com o povo, para mostrar
que esta luta é de todos nós: “A vida deve estar acima do lucro!” Recebemos
bastante apoio, tanto que, quando um colunista bajulador dos ricos nos chamou
de “terroristas e invasores” nas suas redes virtuais, não faltou quem nos defendesse.
Concluída a primeira etapa, rumamos
direto para o terreno, uma fazenda de criação de camarão empresarial abandonada
há quase uma década e que degradou e envenenou toda a região. Uma das primeiras
atitudes na nova terra ocupada foi o plantio de mudas frutíferas, reafirmando o
compromisso com a produção saudável e diversificada.
Rumores de ameaças de morte não
faltaram, mas o medo ficou do lado de fora da cerca, junto com o passado de
exploração e humilhação. Agora vale o lema da Organização Popular: “Mexeu com
uma, mexeu com todas!”
GREGÓRIO BEZERRA, o nome escolhido em assembleia com
as famílias camponesas para a nova comunidade fala por si, “feito de ferro e de
flor”.
Nem a covardia da tortura e do cárcere foi capaz de lhe deter. Renasce, Gregório, na luta do povo, quantas vezes necessário for.
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